sexta-feira, novembro 28, 2003
"Continuo a pensar que quando tudo parece sem saída, sempre se pode cantar.
Por essa razão escrevo."
(Caio Fernando Abreu)

Então bora lá aqui alegrar o ambiente com umas romãzitas, adoro, que tamem na gosto disto assim tão taciturno, até atrai desgraçêras :)
Acho que este natal vou só enfeitar com marrãs... quem não gostar... azar! e tenho dito
Este blog está assim um bocadinho com ar de barca velha, só recuerdos, mas tambem é um bocado como eu estou agora... visto isto, não posso fazer nada, fica assim mesmo e pronto
Hoje, desde que passei à tarde por aqui, e que li o artigo: "Já sei sr professor", fiquei a pensar na minha tia... e nas vezes em que, estando em sua casa, assistia às aulas e brincava com os seus alunos no recreio, passava-se isto no Algarve, bela terra :)
Associo de imediato às rodas ao som desta canção:
« O mar enrola na areia,
ninguém sabe o que lhe diz,
enrola na areia, desmaia,
porque se sente feliz. »
e ao cheiro a mar... que BOM!
quinta-feira, novembro 27, 2003

Mais um ano a chegar ao fim... se calhar é o pior ano da minha vida, duvido que venha outro pior. Eu que dizia que as depressões eram para os outros, que não tinha tempo pra isso, levei com uma encima após um período de trabalho desgraçado numa empresa de que fazia parte, e para nada... foi decidida falencia há poucos dias, tenho a casa hipotecada à conta desse assunto, será uma questão de tempo pra ir prá rua...
estou desejando que o novo ano comece, como se uma data tivesse de facto algum poder.
O pior é que acho que perdi parte da capacidade que tinha de virar a mesa, de gritar, agora até estou a passar isto tudo com uma calma que não me conhecia... será que ainda expludirei? Até estou cada vez mais sem opiniões formadas, só vejo nuances...
Enfim... melhores dias virão e está agora a passar o pior, temos que pensar assim né? é o meu optimismo intrinseco que me tem valido, não o posso perder!
quarta-feira, novembro 26, 2003
photo de Ricardo Alves
(...)Há quem se canse de percorrer as estradas intermináveis e lisas desse latifúndio sem relevos. Há quem adormeça de tédio a olhar a uniformidade da sua paisagem, que no inverno se veste dum pelico castanho, e no verão duma croça madura. Que é parda mesmo quando o trigo desponta, e loura mesmo quando o ceifaram. Queixam-se da melancolia dos estevais negros e peganhosos, que meditam a sua corola branca um ano inteiro, da semelhança aflitiva das azinheiras, que parecem medidas pelo mesmo estalão, e não distinguem nos rebanhos que encontram, quer de ovelhas, quer de porcos, as particularidades que individualizam todo o ser vivo. Afeitos à variedade do Norte, que até aos bichos domésticos consente cara própria e personalidade, aflige-os a constante do Sul, que obriga todo o circunstancial a ocupar o seu lugar de zero diante do infinito. Perdidos e sós no grande descampado, sentem-se desamparados e vulneráveis como crianças. Amedronta-os a solidão de uma natureza que não se esconde por detrás de nenhum acidente, corajosa da sua nudez limpa e total.(...)
Miguel Torga, aqui o integral
photo de Tony Anderson
podia ser a Jeca... lembra croassants
A avó:
"filha... não podes ser tão vaidosa, as meninas lindas são meninas simples"
Jeca (com 3 anos, murmurando de cabeça baixa e em tom rezingão):
"simples são os cu rá ssans!"
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